O impacto da pandemia nas doenças cardiovasculares

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O impacto da pandemia nas doenças cardiovasculares

Em junho de 2020, uma análise de 44.672 casos COVID-19 confirmados de Wuhan, China, indicaram o aumento das taxas de letalidade na presença de doenças cardiovasculares. Na Itália, a hipertensão foi a comorbidade mais comum entre os pacientes com COVID-19 encaminhados para a UTI independente da idade, com um atendimento global com prevalência de 49%.

De acordo com o Dr. Jean-Sébastien Hulot, cardiologista e professor na Universidade de Paris, em um relatório sobre 138 pacientes com Covid-19 hospitalizados em Wuhan, 46,4% tinham uma ou mais condições médicas coexistentes, principalmente cardiovasculares ou cerebrovasculares. A hipertensão estava presente em 31,2%, diabetes em 10,1% e doença cardiovascular em 14,5% dos pacientes. Curiosamente, essas proporções foram significativamente maiores em pacientes com as formas mais graves de COVID-19, com hipertensão em 58,3%, diabetes em 22,2%, doença cardiovascular em 25,0% e doença cerebrovascular em 16,7 %.

A revista Nature Reviews Cardiology afirma que a Covid-19 pode causar distúrbios cardiovasculares, incluindo lesão miocárdica, arritmias, síndrome coronariana aguda e tromboembolismo venoso: “Embora a apresentação principal da Covid-19 seja a pneumonia viral, ela também pode induzir manifestações cardiovasculares. Entre essas manifestações cardiovasculares, a lesão miocárdica foi independentemente associada com alta mortalidade entre pacientes com Covid-19.”

Estressores, ansiedade e os problemas cardiovasculares na pandemia

Um grupo de pesquisadores italianos, do Policlinico Universitario Agostino Gemelli, em Roma, afirma que a exposição a estressores crônicos e diários, como quarentena ou trauma psicológico grave, como uma pessoa importante em perigo de vida, pode afetar o sistema cardiovascular e a experiência emocional do indivíduo, levando a um risco aumentado de desenvolver uma doença cardiovascular ou mental.

“Indivíduos com comorbidades entre transtornos mentais e doenças cardíacas são obviamente mais suscetíveis a serem influenciados pela carga emocional devido à disseminação do COVID-19, com respostas emocionais caracterizadas por medo, pânico, raiva, frustração”, aponta o artigo “What about heart and mind in the Covid-19 era?”.

O artigo também revela que grandes estudos epidemiológicos estabeleceram firmemente uma conexão entre ansiedade e um maior risco de doença coronariana, infarto do miocárdio e morte cardiovascular. Em uma revisão crítica foi relatado que a ansiedade foi associada a um aumento de 52% na prevalência de doenças cardiovasculares.

“Não podemos excluir que o estresse quarentenário pode levar à cardiomiopatia de takotsubo devido à hiperativação do sistema nervoso simpático. Um caso de miocardite, como um possível fenômeno tardio da infecção respiratória COVID-19, foi recentemente relatado em um grupo no hospital de Brescia. A quarentena para conter surtos de Covid-19 afeta os fatores de risco cardiovascular, levando a um aumento da carga de risco cardiovascular”, informa a professora Anna Vittoria Mattioli da University of Modena & Reggio Emilia, Itália.

Ao focar nos aspectos comportamentais recorrentes durante a pandemia, os distúrbios de humor podem piorar muito o curso e prognóstico de doenças cardiovasculares, diminuindo hábitos de vida saudáveis, como baixo nível de atividade física, tabagismo, aumento do peso corporal, ingestão de álcool e também com uma baixa adesão aos medicamentos cardiovasculares. Os mecanismos biológicos que ligam a depressão às doenças cardiovasculares podem estar relacionados a processos inflamatórios, disfunção do sistema nervoso autônomo, com risco aumentado de isquemia miocárdica e reserva de fluxo coronário prejudicada.

Miocardiopatia requer atenção na pandemia

A Escola de Medicina de Harvard menciona um estudo recente publicado no JAMA Network Open que tentou medir o efeito do estresse relacionado à Covid-19 na saúde cardiovascular, comparando a incidência de cardiomiopatia de Takotsubo durante o começo da pandemia (março e abril de 2020) com a incidência durante três períodos anteriores (2018, 2019 e no início de 2020), ressaltando que todos os pacientes incluídos no estudo tiveram resultados negativos para Covid-19.

Os pesquisadores descobriram que houve um aumento significativo na cardiomiopatia de Takotsubo durante os primeiros meses de Covid-19, ocorrendo mais de quatro vezes a mais do que o normal durante março e abril de 2020, um salto de 1,7% para 7,8% durante a pandemia.

A cardiomiopatia de Takotsubo ou por estresse, também conhecida como síndrome do coração partido, é uma reação ao estresse físico ou emocional e causa disfunção ou deficiência no músculo cardíaco. Felizmente, a função cardíaca geralmente se recupera em uma a duas semanas em pessoas com cardiomiopatia por estresse, e o prognóstico geralmente é bom. No entanto, os pacientes afetados apresentam um risco aumentado de recorrência.

Lembre-se! Essas informações não substituem, em hipótese alguma, a consulta com o médico. Procure um especialista para receber atendimento e obter as orientações relacionadas ao seu caso.

Confira as referências das informações apresentadas no texto:

 

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