Insônia e ansiedade na pandemia: impactos da Covid-19 na mente

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Insônia e ansiedade na pandemia: impactos da Covid-19 na mente

A dificuldade de dormir relatada por um indivíduo é chamada de insônia, que também pode ser definida por uma resposta positiva a qualquer uma das perguntas a seguir: “Há dificuldade em pegar no sono ou permanecer dormindo?” ou “Há interrupções de sono ao longo da noite?”.

Quando ocorre longa latência de sono, que é o intervalo entre o fechar dos olhos e o início da redução da atividade elétrica cerebral; despertares noturnos frequentes; períodos prolongados de vigília durante o período de sono; despertares transitórios frequentes, todos esses sintomas são tidos como evidência de insônia.

Segundo a Academia Americana de Medicina do Sono (AASM), as estimativas da prevalência de insônia dependem dos critérios usados para definir insônia e, mais importante, da população estudada. Um consenso geral foi desenvolvido a partir de estudos populacionais de que aproximadamente 30% de várias amostras de adultos em diferentes países relatam um ou mais dos sintomas de insônia: dificuldade em iniciar o sono, dificuldade em manter o sono, acordar muito cedo e, em alguns casos, sono não restaurador ou má qualidade do sono.

“As comorbidades mais comuns associadas à insônia são transtornos psiquiátricos. Estima-se que 40% de todos os pacientes com insônia tenham uma condição psiquiátrica coexistente. Entre esses transtor nos psiquiátricos, a depressão é o mais comum, e a insônia é um sintoma diagnóstico para transtornos depressivos e de ansiedade”, relata um estudo da AASM, liderado pelo Dr. Thomas Roth, diretor do Centro de Pesquisas e Distúrbios do Sono do Hospital Henry Ford, em Detroit.

Impactos neuropsicológicos causados pela Covid-19

As médicas Ani Nalbandian e Kartik Sehgal, MD, oncologistas da Escola de Medicina de Havard, explicam que os indivíduos com COVID-19 apresentam uma série de sintomas psiquiátricos que persistem ou se apresentam meses após a infecção inicial. Em um grupo de 402 infectados por Covid-19 na Itália, 1 mês após a hospitalização, aproximadamente 56% tiveram triagem positiva em pelo menos um dos domínios tomados para sequelas psiquiátricas (depressão, ansiedade, insônia e sintomatologia obsessiva compulsiva).

“Uma análise de conjunto de dados de 62.354 sobreviventes de Covid-19 de 54 organizações de saúde nos Estados Unidos estimou a incidência de doença psiquiátrica primária e recorrente entre 14 e 90 dias de diagnóstico em 18,1% dos pacientes. Mais importante, relatou que a probabilidade geral estimada de diagnóstico de uma nova doença psiquiátrica em 90 dias após o diagnóstico de Covid-19 é de 5,8% (transtorno de ansiedade 4,7%; transtorno de humor 2%; insônia 1,9%”, relatam as médicas no artigo “Post-acute COVID-19 syndrome”

Para os professores chineses Song Weidong e Wang Chengmin, do Beijing Institute of Technology, a pandemia causou problemas mentais e psicológicos na população em geral, pacientes e trabalhadores, especialmente naqueles que fazem parte da linha de frente. Eles realizaram um estudo com 1.674 participantes para determinar o impacto dos sintomas mentais e psicológicos entre a população em quarentena ao longo de 2 semanas durante a pandemia de Covid-19.

“A população em quarentena apresentou um nível alto de sintomas depressivos, de ansiedade e insônia. A população mais jovem, com maior escolaridade, não casada e com renda mais baixa na quarentena corria maior risco de problemas de saúde mental. De acordo com uma recente revisão sistemática e meta-análise, pelo menos um em cada cinco profissionais de saúde relata sintomas de depressão e ansiedade; quase quatro em cada dez profissionais de saúde têm dificuldades para dormir e/ou insônia”, apresenta o estudo publicado no periódico do Reino Unido, BMC Psychiatry.

Insônia e sonolência durante a pandemia

A Universidade Estadual de Campinas realizou uma pesquisa com 7.000 pessoas que tiveram Covid-19. A neurologista Dra. Clarissa Lin Yasuda afirma que 1/3 dos pacientes se queixam de sonolência excessiva diurna: “A pessoa está trabalhando e de repente sente muito sono, e isso atrapalha a rotina e ainda pode gerar um tempo maior de sono durante a noite. Por algum motivo a Covid-19 provoca uma disfunção cerebral que está levando a esses sintomas de sonolência e fadiga. Nós ainda não sabemos dizer o porquê, mas sabemos que acontece.”

Para a psicóloga Camila Borba, o aumento dos níveis de estresse na pandemia pode ser a principal causa da insônia: “Quando a gente relaxa, especialmente durante aquilo que chamamos de sono reparador, é porque já ocorreu uma redução dos níveis de cortisol, hormônio que atua durante o dia inteiro. Então, os fatores estressores relacionados à pandemia, conflitos dentro de casa, preocupações, medo e uso frequente de aparelhos eletrônicos, tudo isso aumenta o nível de produção de cortisol. E isso afeta também o psicológico, aumentando a frequência de emoções desagradáveis, como a raiva e frustração, e isso gera um impacto na qualidade do sono”

Lembre-se! Essas informações não substituem, em hipótese alguma, a consulta com o médico. Procure um especialista para receber atendimento e obter as orientações relacionadas ao seu caso.

Confira as referências das informações apresentadas no texto sobre insônia e ansiedade:

 

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