Por que o intestino é considerado nosso segundo cérebro?
Quem nunca sentiu dores estomacais após muito estresse ou nervosismo? Venha saber mais sobre isso!
7 fevereiro, 2022
Publicado em 3 outubro, 2021
Nos primeiros meses da pandemia, uma pergunta motivou cientistas a realizarem diversos estudos e pesquisas: a ocorrência de Covid-19 afeta as manifestações, curso, resultado e tratamento de distúrbios gastrointestinais? Os resultados são diversos, e apontam que o impacto na saúde mental da população está fortemente relacionado às respostas encontradas.
Em janeiro de 2021, vinte e dois pesquisadores de diferentes nacionalidades buscaram avaliar a extensão do impacto da pandemia de Covid-19 nos sintomas gastrointestinais e no bem-estar das pessoas que vivem com condições gastrointestinais crônicas. De acordo com o estudo, o aumento das taxas de ansiedade e depressão, decorrentes da quarentena forçada e preocupações ligadas ao vírus, pode ocasionar maiores problemas gastrointestinais.
Sobre a saúde mental de pessoas com doenças inflamatórias intestinais, um número significativo de pacientes apresenta altos níveis de ansiedade (até 50%) e sintomas de depressão (até 20%) devido, em parte, ao isolamento social e medo de infecção. O estudo revela que, em pacientes com síndrome do intestino irritável e dispepsia funcional (DF), cerca de 12% relataram um aumento nos sintomas das doenças, sendo a saúde mental uma das razões.
“Parece que a pandemia aumenta o estresse e os medos, o que leva a comportamentos que isolamos pacientes e pioram a saúde mental, o que, por sua vez, pode aumentar os sintomas gastrointestinais e provavelmente prejudicar a qualidade de vida, em comparação com a população saudável”, concluem os pesquisadores do estudo colaborativo internacional.
No sul da Itália, uma pesquisa realizada pela Universidade de Salerno, buscou investigar como o confinamento durante a pandemia promoveu alterações dos sintomas em pacientes com distúrbios gastrointestinais funcionais. Para a surpresa de todos, durante o lockdown devido à Covid-19, houve uma melhora de sintomas no trato gastrointestinal superior nos pacientes, embora a ansiedade ainda tenha sido um risco de agravamento importante.
“Durante a quarentena, a frequência de regurgitação, azia, odinofagia, arrotos, náuseas, dor epigástrica e saciedade precoce melhorou significativamente em comparação com o período antes do começo da pandemia […] Quando comparado com o intervalo anterior ao surto de Covid-19, metade dos pacientes declarou que seus sintomas de doenças gastrointestinais funcionais (DGF) permaneceram inalterados, 13,6% pioraram ou pioraram extremamente, enquanto os 36,4% restantes melhoraram ou melhoraram muito.
Níveis mais altos de ansiedade obtiveram maior risco de piora da dor no peito, erupção cutânea, queimação epigástrica e dor abdominal, segundo a pesquisa realizada no sul da Itália. Os pesquisadores afirmam que cérebro e intestino estão intimamente relacionados e os transtornos de ansiedade ocorrem em 30% a 50% dos pacientes com doenças gastrointestinais funcionais.
“Transtornos de humor ou ansiedade podem ser encontrados mais de 3 anos antes do início dos DGFs. O estresse psicológico e a ansiedade podem modular as doenças gastrointestinais funcionais e a gravidade dos sintomas relacionados, muitas vezes de forma negativa. […] Outro estudo realizado com pacientes saudáveis mostrou que houve um prejuízo da acomodação gástrica prejudicada durante a ansiedade aguda induzida experimentalmente. […] Esses resultados confirmaram que os estados psicológicos são fatores importantes associados à gravidade dos sintomas de DF
A editora acadêmica alemã-britânica, Springer Nature, publicou um artigo que resumiu diversos estudos, pesquisas e informações sobre lesã o gastrointestinal e hepática associada a Covid-19
● Em um estudo com 1.141 pacientes confirmados com Covid-19, 16% apresentaram sintomas
gastrointestinais, sendo a falta de apetite o mais comum, seguido por náuseas e vômitos.
● Nos Estados Unidos, de 318 casos confirmados de Covid-19, 61,3% dos pacientes relataram pelo
menos um sintoma gastrointestinal, com perda de apetite (34,8%), diarreia (33,7%), e náuseas
(26,4%) sendo os mais comuns.
● Em um estudo clínico envolvendo 651 pacientes com COVID-19, 11,4% tiveram pelo menos um sintoma
gastrointestinal (náuseas, vômitos ou diarreia).
● Em um grupo de 204 pacientes com Covid-19 na China, a taxa de diarreia atingiu 34,0%
Crianças com distúrbios gastrointestinais crônicos podem enfrentar desafios específicos causados pelo lockdown forçado e esses desafios precisam ser resolvidos, alerta o professor Eyad Altamimi da Faculdade de Me dicina da Universidade de Ciência e Tecnologia, na Jordânia. As manifestações gastrointestinais incluem diarreia, vômitos e dor abdominal.
“A quarentena pode afetar crianças com doenças gastrointestinais funcionais de várias maneiras. A interrupção da rotina, a falta de contatos sociais, o aprendizado à distância pouco familiar e a preocupação com os exames podem piorar seus sintomas. Simultaneamente, o ambiente doméstico em algumas famílias pode se tornar hostil com o aumento do estresse em relação às ameaças de insegurança financeira e violência doméstica, os quais conduzem ao desenvolvimento de DGF em crianças suscetíveis”, afirma Altamimi.
O apoio da família, a realização de atividades de lazer e entretenimento, e outras práticas de gerenciamento de estresse podem ajudar a melhorar os sintomas dos pacientes.
Lembre-se! Essas informações não substituem, em hipótese alguma, a consulta com o médico. Procure um especialista para receber atendimento e obter as orientações relacionadas ao seu caso.
Confira as referências das informações apresentadas no texto:
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Sintomas | Covid-19 | Gripe | Resfriado | Alergia |
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