Doença de Parkinson e Covid-19: o que se sabe até agora?

7 min de leitura

Doença de Parkinson e Covid-19: o que se sabe até agora?

A ciência acredita que é cedo para saber se a Covid-19 terá impactos de longo prazo em pacientes com Doença de Parkinson (DP) e outros distúrbios do movimento. Mesmo assim, um estudo colaborativo internacional afirma que a vulnerabilidade dos idosos e de pessoas com comorbidades, juntamente com o aumento da prevalência de DP com a idade, pode representar riscos maiores para este grupo, pois a capacidade de fornecer atendimento neurológico padrão está sendo comprometida pela pressão sobre os sistemas de saúde provocada pela pandemia.

No artigo, nove pesquisadores de diferentes universidades pelo mundo explicam que a quarentena pode impedir que os pacientes com Doença de Parkinson tenham um estilo de vida ativo, o que muitas vezes já ocorre por condições pré-existentes, como falta de motivação, deficiência física e problemas de humor. Além disso, os pacientes com DP apresentam maior risco de complicações hospitalares, como delirium, reações adversas a medicamentos, síncope, pneumonia aspirativa, quedas e fraturas.24 Portanto, estratégias para prevenir essas complicações são essenciais.

“Em caso de infecção por Covid-19, o médico deve garantir a manutenção de medicamentos anteriores para DP, conforme recomendado para qualquer tipo de pneumonia em pacientes parkinsonianos para evitar rigidez com contraturas e comprometimento respiratório com redução da capacidade vital e pico de fluxo expiratório”, alertam os cientistas.

Ansiedade em pessoas com Doenças de Parkinson na pandemia

Rick C. Helmich e Bastiaan R. Bloem, pesquisadores da Radboud University Medical Centre,  apontam que os sintomas psiquiátricos relacionados ao estresse, como ansiedade e depressão, são comuns na Doença de Parkinson, ocorrendo em até 40% dos pacientes, mesmo fora dos períodos de crise. Para eles, o aumento dos níveis de estresse durante a pandemia de Covid-19 pode ter várias consequências adversas de curto e longo prazo para indivíduos com DP. 

Primeiro, o aumento do estresse psicológico pode piorar temporariamente vários sintomas motores, como tremor, congelamento da marcha ou discinesias, enquanto reduz a eficácia da medicação dopaminérgico. Em segundo lugar, o aumento do estresse pode desmascarar uma síndrome hipocinética rígida latente, possivelmente por esgotar os mecanismos compensatórios. Isso pode levar a um aumento no número de novos diagnósticos de DP durante a pandemia. 

“Outra consequência da pandemia é uma redução acentuada nas atividades físicas. […] Um estudo mostrou a importância da dose de atividade: exercícios mais intensos foram associados a melhores resultados do que exercícios moderadamente intensos. Não está claro quais mecanismos explicam esses efeitos clínicos e, em particular, se o exercício aeróbio pode potencialmente retardar a progressão da Doença de Parkinson ou se é meramente um efeito sintomático por meio da estimulação de alterações cerebrais compensatórias. No entanto, a perda de exercícios aeróbicos durante a pandemia de Covid-19 pode muito bem levar a uma piora dos sintomas motores na DP.”

De acordo com uma publicação da Associação Americana de Psiquiatria, os transtornos de ansiedade, particularmente ansiedade generalizada, pânico e fobia social, ocorrem em até 40% dos pacientes com Doença de Parkinson. Esta taxa é mais alta do que em populações normais ou outras populações de comparação de doenças. As evidências atuais sugerem que a ansiedade pode não ser uma reação psicológica à doença, mas pode estar ligada a processos neurobiológicos específicos que acompanham a DP. 

Distúrbios psicológicos e o medo de ser infectado

Embora o impacto de longo prazo da pandemia de Covid-19 em pessoas com Doença de Parkinson ainda esteja para ser determinado, médicas da Universidade de Ciências Médicas Shahid Beheshti, no Irã, acreditam que esses pacientes são mais propensos a distúrbios psicológicos atribuídos à imposição de medidas de quarentena, distanciamento social e medo de serem infectados pelo vírus. Esses distúrbios psicológicos podem ser atribuídos ao agravamento de uma ansiedade preexistente, à incerteza quanto à obtenção de medicamentos durante a quarentena e à percepção de maior risco de contrair Covid-19 devido a uma condição médica crônica subjacente.

Um relatório do Instituto Okasha de Psiquiatria, Faculdade de Medicina, no Egito, demonstrou que os pacientes com Doença de Parkinson tiveram pior estresse, depressão, ansiedade e atividade física reduzida em comparação a pessoas sem DP durante os primeiros meses da pandemia de Covid-19. 

“Essas descobertas são consistentes com as previsões de sequelas da pandemia de Covid-19 em estudos anteriores. Foi relatado um aumento de estresse e depressão em 9% dos pacientes com DP durante o lockdown de Covid-19 além da piora da ansiedade e outros sintomas não motores. Os resultados são interpretados considerando a gravidade da pandemia, grau de lockdown, percepção dos pacientes e características culturais”. 

A importância do gerenciamento do estresse na Doença de Parkinson

A American Parkinson Disease Association explica que ansiedade em pacientes com DP pode ser tratada com medicamentos para que a pessoa recupere sua qualidade de vida. Normalmente, são os mesmos medicamentos usados ​​para depressão na DP.  No entanto, nem todas as pessoas com DP precisam de medicamentos para controlar a ansiedade e essa decisão deve ser tomada em conversa com o médico. Existem mudanças que podem ajudar o paciente a controlar o estresse, como:

Praticar exercício físico
Socializar com pessoas positivas ou participar de um grupo de apoio
Meditar ou praticar atenção plena
Envolver-se em causas sociais
Planejar as tarefas diárias com antecedência e dar a si mesmo tempo suficiente para realizá-las.

 

Lembre-se! Essas informações não substituem, em hipótese alguma, a consulta com o médico. Procure um especialista para receber atendimento e obter as orientações relacionadas ao seu caso.

Confira as referências das informações apresentadas no texto:

A ciência acredita que é cedo para saber se a Covid-19 terá impactos de longo prazo em pacientes com Doença de Parkinson (DP) e outros distúrbios do movimento. Mesmo assim, um estudo colaborativo internacional afirma que a vulnerabilidade dos idosos e de pessoas com comorbidades, juntamente com o aumento da prevalência de DP com a idade, pode representar riscos maiores para este grupo, pois a capacidade de fornecer atendimento neurológico padrão está sendo comprometida pela pressão sobre os sistemas de saúde provocada pela pandemia.

No artigo, nove pesquisadores de diferentes universidades pelo mundo explicam que a quarentena pode impedir que os pacientes com Doença de Parkinson tenham um estilo de vida ativo, o que muitas vezes já ocorre por condições pré-existentes, como falta de motivação, deficiência física e problemas de humor. Além disso, os pacientes com DP apresentam maior risco de complicações hospitalares, como delirium, reações adversas a medicamentos, síncope, pneumonia aspirativa, quedas e fraturas.24 Portanto, estratégias para prevenir essas complicações são essenciais.

“Em caso de infecção por Covid-19, o médico deve garantir a manutenção de medicamentos anteriores para DP, conforme recomendado para qualquer tipo de pneumonia em pacientes parkinsonianos para evitar rigidez com contraturas e comprometimento respiratório com redução da capacidade vital e pico de fluxo expiratório”, alertam os cientistas.

Ansiedade em pessoas com Doenças de Parkinson na pandemia

Rick C. Helmich e Bastiaan R. Bloem, pesquisadores da Radboud University Medical Centre,  apontam que os sintomas psiquiátricos relacionados ao estresse, como ansiedade e depressão, são comuns na Doença de Parkinson, ocorrendo em até 40% dos pacientes, mesmo fora dos períodos de crise. Para eles, o aumento dos níveis de estresse durante a pandemia de Covid-19 pode ter várias consequências adversas de curto e longo prazo para indivíduos com DP. 

Primeiro, o aumento do estresse psicológico pode piorar temporariamente vários sintomas motores, como tremor, congelamento da marcha ou discinesias, enquanto reduz a eficácia da medicação dopaminérgico. Em segundo lugar, o aumento do estresse pode desmascarar uma síndrome hipocinética rígida latente, possivelmente por esgotar os mecanismos compensatórios. Isso pode levar a um aumento no número de novos diagnósticos de DP durante a pandemia. 

“Outra consequência da pandemia é uma redução acentuada nas atividades físicas. […] Um estudo mostrou a importância da dose de atividade: exercícios mais intensos foram associados a melhores resultados do que exercícios moderadamente intensos. Não está claro quais mecanismos explicam esses efeitos clínicos e, em particular, se o exercício aeróbio pode potencialmente retardar a progressão da Doença de Parkinson ou se é meramente um efeito sintomático por meio da estimulação de alterações cerebrais compensatórias. No entanto, a perda de exercícios aeróbicos durante a pandemia de Covid-19 pode muito bem levar a uma piora dos sintomas motores na DP.”

De acordo com uma publicação da Associação Americana de Psiquiatria, os transtornos de ansiedade, particularmente ansiedade generalizada, pânico e fobia social, ocorrem em até 40% dos pacientes com Doença de Parkinson. Esta taxa é mais alta do que em populações normais ou outras populações de comparação de doenças. As evidências atuais sugerem que a ansiedade pode não ser uma reação psicológica à doença, mas pode estar ligada a processos neurobiológicos específicos que acompanham a DP. 

Distúrbios psicológicos e o medo de ser infectado

Embora o impacto de longo prazo da pandemia de Covid-19 em pessoas com Doença de Parkinson ainda esteja para ser determinado, médicas da Universidade de Ciências Médicas Shahid Beheshti, no Irã, acreditam que esses pacientes são mais propensos a distúrbios psicológicos atribuídos à imposição de medidas de quarentena, distanciamento social e medo de serem infectados pelo vírus. Esses distúrbios psicológicos podem ser atribuídos ao agravamento de uma ansiedade preexistente, à incerteza quanto à obtenção de medicamentos durante a quarentena e à percepção de maior risco de contrair Covid-19 devido a uma condição médica crônica subjacente.

Um relatório do Instituto Okasha de Psiquiatria, Faculdade de Medicina, no Egito, demonstrou que os pacientes com Doença de Parkinson tiveram pior estresse, depressão, ansiedade e atividade física reduzida em comparação a pessoas sem DP durante os primeiros meses da pandemia de Covid-19. 

“Essas descobertas são consistentes com as previsões de sequelas da pandemia de Covid-19 em estudos anteriores. Foi relatado um aumento de estresse e depressão em 9% dos pacientes com DP durante o lockdown de Covid-19 além da piora da ansiedade e outros sintomas não motores. Os resultados são interpretados considerando a gravidade da pandemia, grau de lockdown, percepção dos pacientes e características culturais”. 

A importância do gerenciamento do estresse na Doença de Parkinson

A American Parkinson Disease Association explica que ansiedade em pacientes com DP pode ser tratada com medicamentos para que a pessoa recupere sua qualidade de vida. Normalmente, são os mesmos medicamentos usados ​​para depressão na DP.  No entanto, nem todas as pessoas com DP precisam de medicamentos para controlar a ansiedade e essa decisão deve ser tomada em conversa com o médico. Existem mudanças que podem ajudar o paciente a controlar o estresse, como:

Praticar exercício físico
Socializar com pessoas positivas ou participar de um grupo de apoio
Meditar ou praticar atenção plena
Envolver-se em causas sociais
Planejar as tarefas diárias com antecedência e dar a si mesmo tempo suficiente para realizá-las.

 

Lembre-se! Essas informações não substituem, em hipótese alguma, a consulta com o médico. Procure um especialista para receber atendimento e obter as orientações relacionadas ao seu caso.

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